sexta-feira, 2 de abril de 2010

Dia Internacional do Livro para Crianças




O dia 2 de abril foi escolhido para ser o Dia Internacional do Livro para Crianças por ser a data de nascimento do escritor Hans Christian Andersen.  

A denominação "livro infantil" se enquadra às obras escritas, ilustradas ou não, que são lidas pelas crianças. Geralmente inspirada nas lendas e tradições de folclore dos povos, a literatura infantil engloba desde os clássicos da literatura mundial aos livros apenas ilustrados, sem texto.  

Sejam contos de fadas, lendas, fábulas ou histórias de aventuras, mesmo que não tenham sido escritos exclusivamente para as crianças, são classificados como infantis os livros que são lidos e apreciados por elas. 

Um pouco de história...

Datam do século XV os primeiros livros impressos para crianças, como por exemplo o Livro de Boas Maneiras (A Book of Courtesy, 1477), do impressor inglês William Caxton.

Antes disso, consta que o que se lia para as crianças na Idade Média eram os manuscritos para formação religiosa e as histórias da vida dos santos. Geralmente, preceitos de vida vinham inseridos nas narrativas das fábulas, como nas Fábulas de Esopo, que falam do cotidiano, onde os animais têm características dos homens e, satirizando o comportamento destes, transmitem verdades sobre a natureza humana. 

Do século XVII veio o primeiro livro ilustrado para crianças (O mundo dos sentidos em pinturas, 1654) do pedagogo Comenius; também os Contos da Carochinha do francês Perrault, já traduzindo as narrativas de tradição oral: Chapeuzinho Vermelho, A Bela Adormecida no Bosque, A Gata Borralheira, O Pequeno Polegar.

Do século XVIII vêm As Mil e Uma Noites, conto árabe com versão em francês de Galland, e também os livros de aventuras para adultos que fizeram sucesso entre crianças e jovens como Robinson Crusoé (1719), de Daniel Defoe, e As Viagens de Gulliver (1726), de Jonathan Swift.   

No século XIX duas obras marcariam para sempre a história do livro infantil: a primeira, Histórias para as Crianças e a Família (mais conhecida como Contos de Grimm), um trabalho de pesquisa dos irmãos Jacob e Wilhelm Grimm, estudiosos da língua alemã, com as narrativas populares e de fonte na mitologia nórdica recolhidas por eles: Branca de Neve e os Sete Anões, João e Maria, Os Músicos de Bremen.

A segunda, Contos de Fadas, do dinamarquês Hans Christian Andersen, que popularizou para a eternidade O Patinho Feio e O Soldadinho de Chumbo. 

Considera-se que, com os bichos e os objetos falantes, os contos de fadas mudaram a história do livro infantil: deram o tom lúdico, porque, até então, só se escrevia para crianças de forma didática. 

E aqui no Brasil?

Nossa literatura voltada para as crianças também é fruto da miscigenação da nossa formação cultural, uma mistura da literatura oral trazida pelos portugueses, das histórias contadas pelas amas escravas africanas que se somaram aos personagens do folclore nativo.     

Tivemos também muitas traduções dos clássicos estrangeiros. Porém, para abrir espaço aos autores nacionais, contribuíram muito os jornais infantis e principalmente a revista Tico-Tico, a partir de 1905, que existiu por quase meio século, lançando vários bons autores brasileiros. 

Um dos mais notáveis de nossos autores de livros infantis foi Monteiro Lobato. Paulista de Taubaté, ele nasceu em 18 de abril de 1882. Alfabetizado pela mãe, consta que leu tudo o que havia para crianças em língua portuguesa e também os livros do seu avô, o Visconde de Tremembé. No colégio, fundou vários jornais. E usava pseudônimos. Monteiro Lobato graduou-se em Direito, por vontade do avô. Foi promotor, casou-se, teve filhos e viveu em cidades do interior, sempre colaborando em jornais e revistas. 

Herdou a fazenda do avô e lá escreveu "Jeca Tatu". Depois, "Urupês", o primeiro de uma série de livros para adultos. Antes das edições de Monteiro Lobato, nossos livros eram impressos em Portugal. Ele criou a "Monteiro Lobato & Cia" que depois, sem ele, virou Companhia Editora Nacional. 

Monteiro Lobato insistia em chamar a atenção para os valores e potencialidades do Brasil e para a importância de explorar as jazidas de petróleo que acreditava que o país possuía e que, em sua opinião, contribuiriam para melhorar as condições de vida dos brasileiros.

A partir de 1921, quando se dedicou a escrever para as crianças, Monteiro Lobato criou o Sítio do Pica-pau Amarelo e aqueles que se tornariam os mais célebres e queridos entre todos os seus personagens, misturando fantasia e realidade, e a maior das contribuições que pôde dar à nossa literatura: a boneca Emília, Pedrinho, Narizinho Arrebitado, Visconde de Sabugosa, Dona Benta, Tia Nastácia, Marquês de Rabicó.



Monteiro Lobato e seus personagens mais famosos, a turma do Sítio do Pica Pau Amarelo

Fonte: IBGE Teens     

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