A tradição de jogar dentes no telhado ou deixá-los debaixo do travesseiro à espera que uma fada troque-os por moedas ou presentes pode ser esquecida com a inauguração do Banco de Dentes Humanos (BDH) da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs). A instituição vinculada ao curso de Odontologia atende exigência legal do Ministério da Educação e Cultura (MEC).
De acordo com o coordenador do BDH, professor Júlio Motta, a implantação do novo espaço é um processo de valorização da Odontologia. “Não há nada igual no Brasil. Antes os estudantes precisavam ir a cemitérios buscar dentes para treinar. O dente é um veículo de alta periculosidade de transmissão de Aids e Hepatite. Além disso, passou a ser considerado um órgão humano, por meio do qual, pode-se rastrear o DNA de uma pessoa”, salienta.
Diante dessas características, ele ressalta a importância da criação do Banco. “Os dentes doados passam por um processo de higienização. Dessa forma, podem ser manipulados sem riscos de contaminação. Depois de armazenados são emprestados para treinamento dos alunos nas disciplinas, em estudos das formas dos dentes, restaurações, pesquisas e trabalhos científicos”, detalha Júlio Motta.
Por outro lado, segundo o coordenador do BDH, o comércio ilegal de dentes em cemitérios tende a acabar. “Os coveiros que vendem dentes podem ser presos. É preciso respeitar a cidadania, valorizar e divulgar os dentes como órgão humano”, conclui. Motta ressalta que qualquer dente pode ser doado. “Os dentes de leite das crianças, os permanentes dos adultos em qualquer condição servem para o Banco. A população pode doar o dente que não lhe fizer mais falta”, assinala.
Fonte: Tribuna da Bahia
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